domingo, 6 de janeiro de 2008

SÃOZINHA - SIMPLICIDADE NA RIQUEZA

Ainda estava no Brasil, quando a minha mãe já tinha num dos seus livrinhos de oração uma imagem em azul e branco de uma menina muito bonita, recortada em forma oval, que à primeira vista encantou-me... É a Sãozinha, disse-me a minha mãe, e eu contemplava aquele sorriso puro, aquele olhar doce ...e mais nada sabia dela ...

Já estava em Portugal fazia alguns anos... Nunca mais ouvira falar da Sãozinha para além daquela imagem já amarelada pelo tempo que a minha mãe ainda guardava com carinho no seu livro de orações...
Estava na altura em Vila Real, adoentada com uma daquelas sinosites febris me davam constantemente todos os anos por causa do frio de Portugal... E eu, que sempre gostei de ler, aproveitava o tempo em que estava de cama para dedicar-me àqueles livros que há muito dormiam na prateleira lá de casa.
Foi naquela altura, numa manhã, em que a sinusite parecia não me deixar que a minha minha mãe disse-me que uma senhora da Igreja lhe tinha dado um livro!
Olhei com espanto quando reparei que a figura que na capa estava era daquela linda menina da estampa antiga da minha mãe... e o título do livro era: "Vou para o céu".
Quis logo ler aquele livro de quase quinhentas páginas... Senti-me de imediato presa a uma vontade de saber quem foi aquela linda menina de sorriso angelical que tanto me despertava a curiosidade... Pensei logo que seria uma daquelas santas heróicas que foram mortas em nome da fé como Santa Joana D'Arque ou o Pobrezinho de Assis Francisco com a sua loucura da Pobreza que revolucionou o mundo...
Quem tinha escrito aquele grande livro tinha sido a mãe da linda menina, a chamada "Sãozinha de Alenquer"...
Digo-vos que naquela altura a sinusite atacava-me ferozmente. Para além das dores de cabeça contínuas, a febre era alta e já estava de cama pelo menos uns dois dias a enchacar-me de antibióticos e inalações.

No entanto, comecei a ler o livro, e a cada página, minhas mãos andavam mais depressa, meu olhar não conseguia descançar, nada à minha volta falava-me mais ao coração que aquele relato simples pela mãe da Sãozinha de como uma menina rica, cheia de tudo o que é material, com todas as hipóteses de ser "grande e admirada" neste mundo, deixou-se assim abandonar-se à Vontade de Deus...

Sim, a Sãozinha nasceu priveligiada, tinha às suas mãos o acesso livre à felicidade dos bens terrenos mas no entanto, deixou-os, desde cedo libertava-se dos brinquedos com as crianças mais pobres do seu bairro, desde cedo amou a Eucaristia e sentia tristeza por causa do seu pai que não era tão católico como a sua mãe...
Enfim, li e li aquele livro, mal queria parar até para comer. Com efeito, a meio do livro as minhas lágrimas já caíam de emoção...
E não lia actos heróicos e milagres estupendos, nem vi naquele livro transformações milagrosas surpreendentes a que estava habituada na leitura da vida dos santos... O que li naquele livro e o que li e aprendi foi muito maior e até aquela altura muito mais excepcional: a história daquela linda menina foi simples e silenciosa, e de simples acções de caridade para com os mais pobres chegou a um de sacrifício incompreensível para uma simples menina: a certa altura vendo que as suas tentativas e orações não são suficientes para libertar a sua mãe da doença e o seu pai da falta de fé resolve dar a sua vida a Deus e deixar todos os bens e alegrias da terra, oferecendo-se em silencioso sacrifício pela cura da doença crónica da sua mãe e pela conversão sincera do seu pai...

E o seu sacrifício foi acolhido por Deus, antes mesmo que completasse 18 anos, e de nada valeu que o seu pai fosse um conceituado médico, nem que a sua família tivesse riqueza suficiente para leva-la aos melhores médicos, o certo é que a doença que lhe ceifou a vida foi deveras dolorosa e mortal para uma simples jovem que só exalava amor e bem ao seu redor... Mas, ela tudo aceitou e de plena vontade, pela sua doença prolongou a sua generosidade sem queixas, para levar a todos a verdade em que acreditava: que este mundo não chega para quem ama a Deus!

E realmente quando fechou os olhos, um perfume de rosas rondava o seu corpo, e ainda hoje quem a visita no cemitério de Alenquer, o seu túmulo é por vezes agraciado com suaves aromas de um singelo perfume de rosas...

Eu mesma já experimentei, e por várias vezes, muitas das manifestações belas e radiantes dessa sua manifestação santa por meio de perfumes ou penas brancas que subitamente nos vem parar à nossa frente.

Ano passado fui visitar o seu túmulo, e naquele recanto, não se respira a morte mas sente-se como que um cantinho de céu... E parece-me que até os que não creiem são balançados por uma presnça pura, pois uma pessoa sem religião que tinha ido comigo para me acompanhar, a dado momento andou às voltas do seu túmulo por causa de umas sensações de perfume ...

Mas, para além destas manifestações sobrenaturais, julgo que a maior de todas foi a sua vida, a forma como se esvaziou de tudo o que era mundano ...

Actualmente, há ali perto do cemitério uma casa onde religiosas cuidam de meninas abandonadas e vendem o maravilhoso livro "Vou para o céu" e outros tantos mais pequeninos e resumidos livros da história desta pequena flor de Deus.
E a caridade dela perpetua-se em Institutos que se dedicam a ajudar jovens carenciadas, eis um deles:
Instituto da Sãozinhha
Creche, ATL, jardim de infância, lar de jovens, apoio domiciliário, centro de convívio de idosos
Freguesia: Abrigada
Morada: Largo da Sãozinha
Código-postal: 2580-113 Abrigada
Telefone: 263799175
Fax: 219328094
Particularmente, após ler o referido livro, curei quase que instaneamente da minha sinusite, e nunca mais tive ataques daqueles como eram sempre comuns pelo inverno. Pormeti que até o fim da minha vida iria promover a divulgação da vida da Sãozinha por quem algum dia se aproximasse de mim e dissesse que gostava de saber quem foi Sãozinha...

Como em todas as vidas de pessoas santas ou com grandes probalidades de virem a serem proclamadas santas, ao lermos as suas histórias temos grandes probalidades de desenvolver a nossa espiritualidade e de descobrirmos verdadeiros caminhos de santidade.
Todas as pessoas santas não buscam a glória entre os homens mas buscam incessantemente a glória de Deus.
Posso dizer-vos com sinceridade que este livro da Sãozinha inspirou-me que com pequenas coisas do nosso quotodiano podemos santificar a nossa vida e a dos que nos rodeiam. Sim, pois ninguém se santifica sozinho, sem antes levar os outros também a Deus.
Os nossos pequenos sacrifícios e falo dos silenciosos sacrifícios que ninguem vê e que só Deus vê, faz efectivamente grandes milagres. E o melhor e maior milagre é a mdança do nosso coração, ao desejarmos mais as coisas de Deus que os bens terrenos e passageiros.
Ao conhecer a vida da Sãozinha, guardei no meu coração um pequeno desejo de aperfeiçoar-me no caminho da espiritualidade e da santidade.

Se quiser saber mais pormenores sobre a vida da Sãozinha, pode consultar alguns destes sites:



Também no site doMunicípio de Alenquer pode-se encontrar alguns dados biográficos acerca da Sãozinha como por exemplo o seguinte trecho e de seguida transcrevo:

"Culto a Sãozinha
Filha de Alfredo da Silva Pimentel, natural de Gavião, e de Maria Luísa Fróis da Silva Gil Ferrão de Pimentel, natural de Alenquer, Maria da Conceição Fróis Gil Ferrão de Pimentel Teixeira nasceu a 1 de Fevereiro de 1923, em Coimbra, e viveu em Abrigada. Sempre preocupada com o próximo, Sãozinha, conforme era mais conhecida, cedo aprendeu a viver os sofrimentos dos pais e a preocupar-se com o próximo e com o sofrimento alheio. Quando em Abril do ano de 1929 ingressou na escola em Abrigada, Sãozinha fez questão de frisar que "gostaria de estudar junto às crianças mais pobres, pois, como a respeitavam, não diriam nomes feios ao pé dela e, se os dissessem, saberia ensinar-lhes que era pecado”. Teve uma curta vida - dezassete anos - mas recheada de virtudes cristãs. Faleceu a 6 de Junho de 1940, no hospital de São Luís, em Lisboa, e está sepultada, em jazigo-capela, no cemitério de Alenquer. Logo a seguir à sua morte começaram a propagar-se perfumes, uma manifestação da sua presença, e que significam que Sãozinha trata junto de Deus de obter graças para os que a invocam.
O processo da sua beatificação decorre no Tribunal da Santa Sé. A ela se atribuem muitas graças que levam todos os dias, ao seu jazigo-capela, situado no cemitério de São Francisco, em Alenquer, devotos de todo o país. O mesmo acontece com aquela que foi a sua casa.
Para perpetuar a sua memória e conforme o seu desejo, os pais fundaram instituições de caridade, cuja manutenção provém de donativos. O Cardeal Patriarca de Lisboa deu personalidade jurídica a esta acção, erigindo canonicamente o Instituto de Beneficência Maria da Conceição Ferrão Pimentel, com sede em Abrigada/Alenquer, por provisão canónica de 8 de Outubro de 1970. Para dirigir esta obra e lhe dar continuidade, o mesmo prelado, a 19 de Março de 1971, criou uma associação religiosa, nos termos do cânon 688 então em vigor, com o título de Servas do Instituto da Sãozinha. "
Sãozinha ainda não é considerada santa pela Igreja mas o processo de canonização está a prosseguir, pode ser que ao rezar a oração que abaixo transcrevo, alguma graça de Deus chegue a ti pela interessão amorosa da Sãozinha.
Oração (Novena para uso particular)
Ó meu dulcíssimo Jesus, que conheceis as fraquezas e necessidades da minha alma, sede o meu amor, a minha vida e o penhor da minha ressurreição gloriosa.
Prostrado a Vossos pés e cheio de confiança na Vossa infinita Misericórdia, peço-Vos Ò meu Deus, que o meu coração se converta, em trono vivo do Vosso Amor e que, se for para maior glória vossa e proveito das almas, a Vossa pequenina Serva, Maria da Conceição, seja exaltada e glorificada pela Santa Igreja, e por sua intercessão, me seja concedida a graça que agora tanto desejo... (indicar a graça que se deseja alcançar).
Ó meu amado Jesus, por sua intercessão, concedei-me particularmente, a graça de renunciar a tudo que possa afastar-me do Vosso Amor e de abrir , em meu coração, um aposento, onde o Vosso fique e reine eternamente.
Com o Vosso Coração, unido ao meu e o meu unido ao Vosso, fazei, ó Bom Jesus, que eu vos ame, com todo o ardor da minha alma e morra abrasado nas chamas do Vosso Amor. Assim seja.
Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória ao Pai....
(Com licença da Autoridade eclesiástica)
Se desejar saber mais sobre quem foi e como viveu a Sãozinha, mande um email para rezarlaborar@hotmail.com, que logo que puder envio-lhe gratuitamente o livro "Vou para o Céu".